“12 Furos é bom, mas precisa mais do que talento”, diz Eddy Flow

O Artigo 40 Podcast, liderado pela dupla 2contra1, Inamotto e Hélder David, voltou a agitar o game do hip-hop angolano. No episódio 82, intitulado “O Estado do Hip-hop em Angola”, Eddy Flow, Brizzo e Congo Records trouxeram um debate intenso, que teve como um dos pontos mais altos a discussão sobre a rivalidade entre o rapper 12 Furos e o grupo Monopólio, encabeçado por Kelson Most Wanted.

Durante a conversa, Eddy Flow foi enfático ao afirmar que, embora o talento de 12 Furos seja notável, ele ainda carece de estrutura para enfrentar o peso do chamado “Monopólio”. “O 12 Furos precisa de mais apoio para realmente fazer frente a esse tal dito Monopólio”, declarou, apontando para a necessidade de suporte estratégico e empresarial.

Congo Records, por sua vez, destacou que o rapper já possui uma base sólida de ouvintes: “Todo o artista que tem público, tem uma vantagem”. No entanto, Eddy Flow discordou: “Eu já me beefei com esses da TRX Music, e é complicado. Eles têm aquele público que chamam de Grémio. Com aqueles, não precisa falar nada…” destacando que os fãs vão à guerra sozinhos.

Eddy sublinhou que 12 Furos precisa, acima de tudo, de humildade para crescer: “Tem que aprender a ouvir. Todo aquele que está a fazer algum sucesso precisa estar dentro de uma máquina. Por isso é que o Kelson deixou de andar sozinho e foi para a Clé Entertainment… para atingir passos significativos”.

Segundo o rapper, sem o apoio de uma estrutura consolidada, o artista poderá enfrentar grandes obstáculos para se afirmar: “Vai chegar alguém que vai te falar: ‘aqui acho que você já bloqueou, eu vou te levar até no sítio x…’, e é isso que o 12 Furos precisa, senão vai lutar muito”.

Eddy Flow também sugeriu uma solução prática para virar o jogo: “Os fãs do 12 Furos é que têm que fazer dele o cara. Quando ele marcar ‘Grande Show de 12 Furos’, os fãs é que têm que acabar com os ingressos”, ressaltando que é essa movimentação popular que pode catapultá-lo ao título de “artista revelação de 2025” ou mesmo ao topo do rap nacional.

O episódio, que também contou com reflexões sobre o panorama actual do hip-hop em Angola, mostrou que as tretas e disputas internas continuam a alimentar o debate público, provando que o movimento ainda está vivo, e mais concentrado do que nunca.

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