Poucas horas antes da condecoração de Noite e Dia, na 6.ª Cerimónia de Condecorações dos 50 anos da Independência Nacional, Jéssica Pitbull voltou a lançar farpas à sua rival, partilhando nas redes sociais um vídeo que muitos interpretaram como uma indirecta.
Noite e Dia, considerada por muitos a “rainha do kuduro”, tornou-se oficialmente a primeira kudurista feminina a ser condecorada pelo Presidente da República, João Lourenço, com a Medalha da Classe Paz e Desenvolvimento. O reconhecimento, recebido na última segunda-feira, 29, foi celebrado pelo público como uma conquista para o estilo que, ao longo dos anos, tem enfrentado preconceitos e resistência no panorama cultural angolano.
Entretanto, poucas horas antes da cerimónia, Jéssica Pitbull, um dos nomes mais popular do estilo, partilhou no Instagram um vídeo da sua actuação no Fest Huambo, alusivo ao 113.º aniversário da cidade. O vídeo mostra a kudurista a ser aplaudida desde a sua entrada em palco, mas o detalhe que chamou a atenção foi a frase em destaque: “Podem dar Oscar, quem manda mesmo é a Jéssica Pitbull”.
A publicação foi interpretada como uma resposta directa à condecoração de Noite e Dia, reacendendo os velhos atritos entre ambas. Vale lembrar que as duas artistas já protagonizaram vários momentos de rivalidade pública, incluindo trocas de acusações em entrevistas, músicas e redes sociais.
Se por um lado a condecoração de Noite e Dia foi vista como um gesto de reconhecimento institucional ao seu percurso e impacto cultural, por outro, a reacção de Jéssica Pitbull demonstra que a disputa pelo “trono do kuduro” continua viva. Nas redes sociais, fãs dividem-se entre aqueles que aplaudem a conquista da autora de sucessos como “Tá Queimar” e os que consideram Jéssica uma artista igualmente influente, que não deve ser ignorada no movimento.
A verdade é que o beef entre Noite e Dia e Jéssica Pitbull é hoje parte da história do kuduro e, mesmo em momentos de consagração, continua a alimentar debates e a mostrar que o género mantém a sua chama viva, feita de irreverência, disputa e identidade popular.