O kudurista K2 manifestou-se duramente contra os conteúdos de algumas músicas actualmente produzidas no movimento kuduro, apontando directamente o artista Tshunami, conhecido pelos sucessos como “É Agora”, “Acaba Comigo” e “Me Lava” (feat. Maninho Pibom) entre outros. As declarações foram feitas durante a sua participação na edição 312 do Fly Podcast, apresentado por Fly Skuad, emitido na noite de domingo, 1 de junho.
Durante o programa, K2 expressou a sua preocupação com o rumo que o estilo musical tem tomado nos últimos tempos, considerando que muitas das novas produções veiculam mensagens obscenas e sem qualquer valor educativo ou social.
“Num país em que estamos a construir uma nova Angola, o Tshunami já estaria na comarca, ou poderia construir a cadeia dele”, afirmou K2, num tom crítico e irónico.
Segundo o artista, a responsabilidade social dos músicos deve ser um princípio fundamental na criação artística: “Eu, para fazer uma música, tenho que pensar que tenho mãe, tenho pais e tenho criança… Fly, esta sociedade está doente”, desabafou.
K2 apelou ainda à intervenção de entidades públicas e políticas, nomeadamente a Polícia Nacional e a Organização da Mulher Angolana (OMA), para contribuírem no combate à propagação de conteúdos degradantes.
“A mamã da OMA deve fazer o seu papel de ajudar… a polícia deve fazer o seu papel de ajudar”, reforçou.
Apesar de reconhecer a importância da liberdade de expressão no meio artístico, o kudurista defendeu que tal liberdade deve ser exercida com consciência e responsabilidade: “O artista tem liberdade de expressão. Mas antes de criar uma música, deve pensar que vai ser escutada”, concluiu.
Embora a transmissão decorrendo neste momento da notícia, as declarações de K2 estão já a gerar debate nas redes sociais, com opiniões divididas entre a defesa da liberdade artística e a necessidade de maior consciência social no conteúdo musical angolano.