Maya Zuda critica nova geração do kuduro

A cidade de Malanje foi palco de dança, energia e nostalgia no Festival dos 50 Anos de Angola, mas também abriu espaço para um alerta sério vindo de uma das vozes mais autênticas da música angolana.

A cantora Maya Zuda, conhecida pelo seu estilo direto e presença de palco arrebatadora, aproveitou o evento para lançar uma reflexão sobre o estado atual da música nacional, com especial destaque para o kuduro e o afro house.

“Hoje em dia não se faz afro house ou kuduro no verdadeiro sentido da coisa”, disparou Maya.

Com uma carreira marcada por letras fortes e posicionamentos sem rodeios, a artista aponta a falta de conteúdo como um dos maiores problemas da nova geração. Segundo ela, o que antes era ritmo de celebração e união, tornou-se palco de ataques gratuitos:

“Parece que todos estão revoltados com as mulheres. As músicas são feitas sempre a atacar as mulheres, quando deviam era valorizá-las.”

Maya não deixou de reconhecer o talento dos produtores, que, na sua visão, continuam a inovar e a surpreender com beats criativos. O problema, sublinha, está nas letras:

“Os beats são maravilhosos, surpreendem-me sempre, mas os cantores, em termos de composição, deixam a desejar. Posso dizer que já não há composição, a não ser fazer rir ou dizer coisas obscenas por cima de um beat.”

O recado está dado: para Maya Zuda, é preciso devolver ao kuduro e ao afro house o respeito pelas mulheres e a força lírica que sempre fizeram destes estilos símbolos de resistência, festa e identidade angolana.

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